Um socorrista do SAMU que atendeu Paulo Roberto Braga, de 68 anos, idoso que foi levado morto em uma cadeira de rodas a uma agência bancária, afirmou que havia sinais de intoxicação externa no cadáver. Por conta disso, o trabalhador da emergência não forneceu declaração de óbito.
Após exame, o laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) aponta que o idoso morreu de falência cardíaca e broncoaspiração - quando substâncias estranhas, como saliva, entam nas vias respiratórias e podem causar sufocamento.
O legista também pediu exames complementares, para que se avalie fatores externos interferiram na morte do idoso. Os peritos não souberam determinar se o óbito ocorreu antes ou depois da chegada ao banco
O cadáver de Paulo foi levado a um banco por uma parente, Erika de Souza Vieira, que queria solicitar um empréstimo no nome dele no valor de R$ 17 mil nesta segunda-feira (16). O caso ocorreu em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro.
A mulher, que declara ser sobrinha e cuidadora do idoso, disse à polícia que não sabia que ele estava morto. Erika não tem direito de pagar fiança.
Ela vai responder por vai responder por furto mediante fraude e vilipêndio à cadáver, que é quando ocorre menosprezo ou ultraje do corpo ou cinzas.
A polícia também apontou que Paulo Roberto ficou internado de 8 a 14 de abril em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Bangu, devido a infecção pulmonar. O idoso foi levado ao banco pela parente no dia seguinte.
Causa da morte
- Laudo preliminar do IML aponta que Paulo morreu de falência cardíaca e broncoaspiração, mas exames complementares foram pedidos.
- Os peritos não souberam determinar se o óbito ocorreu antes ou depois da chegada ao banco
- O SAMU constatou a presença de livor cadavérico na parte de trás da nuca do homem.
- O livor é um tipo de mancha que surge em mortos por conta da falta de circulação e sangue parado.
- Segundo investigadores, o local da marca pode indicar que Paulo morreu deitado.
- Segundo o delegado responsável pelo caso, exames preliminares apontam que Paulo Roberto Braga já estava morto há pelo menos duas horas.
- A Polícia Civil investiga a causa da morte do idoso e se Erika tem envolvimento no óbito.
Passeio no shopping
A agência que Erika levou Paulo ficava num shopping da zona oeste. Depois de desembarcar no local e colocar o tio na cadeira de rodas, Erika se aproxima de um quiosque, senta em uma das mesas e mexe em sua bolsa.
Por um período, ela levanta e deixa o idoso no local. Ao retornar, ela empurra a cadeira de rodas até a agência. Durante o percurso, ele permanece imóvel e com a cabeça tombada para o lado. A mulher, então, se dirige à agência.
Defesa
Em entrevista à Agência Brasil, a advogada de Erika, Ana Carla de Souza Correa, afirma que o homem estava vivo quando chegou ao banco, e que sua cliente se encontrava em estado emocional abalado e sob efeito de remédios.
“É uma senhora idônea, que tem uma filha especial que precisa dela. Sempre cuidou com todo o carinho do Seu Paulo. Tudo será esclarecido e acreditamos na inocência da senhora Erika”, disse a advogada. “Existem testemunhas que no momento oportuno serão ouvidas”.
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