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Milicianos do grupo rival de Zinho elaboravam sequestro da filha dele

MP obteve conversa dos criminosos através do celular de Rodrigo dos Santos, preso há 5 meses

João Boueri*

Dono de celular está preso a cinco meses
Dono de celular está preso a cinco meses
Reprodução

Conversas obtidas pelo Ministério Público do Rio após apreensão do celular de Rodrigo dos Santos, conhecido como ''Latrell'', preso há cinco meses, mostram que milicianos do Bonde do Zinho desconfiavam de um possível sequestro da filha do chefe do grupo paramilitar.

Em fevereiro deste ano, Vítor Eduardo Cordeiro Duarte, vulgo ''Tabinha'', indica à Latrell que a milícia rival chefiada por Danilo Dias Lima, o Tandera, estaria planejando sequestrar a filha de Zinho. 

Na mesma conversa, Tabinha fala com Latrell sobre um suposto policial militar identificado apenas como Ronny, que seria segurança de Tandera e agente do Segurança Presente, em Seropédica, na Baixada Fluminense. A BandNews FM questionou o programa do Governo do Estado, mas ainda não obteve retorno. 

Ainda na conversa com Latrell, Tabinha afirma que Ronny seria alvo fácil da milícia para prejudicar a organização criminosa rival. 

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Ao longo das conversas interceptadas é possível observar diferentes mensagens de integrantes da milícia de Zinho sobre o levantamento de informações a respeito de milicianos do grupo rival. Eles eram monitorados com a ajuda de informantes nas regiões dominadas por Tandera, com o objetivo de articular homicídios contra os bandidos, segundo o MP.

No dia primeiro de março, dois integrantes da milícia de Tandera foram mortos com participação de criminosos do grupo de Zinho. De acordo com o Ministério Público, Latrell e Allan Ribeiro Soares, vulgo "Malvadão'', tiveram participação no crime, assim como Jhonny Alexandre de Souza Silva e Vladimir Melgaço Montenegro. 

Para os promotores de justiça do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/RJ), as mensagens evidenciam uma prática de matança generalizada, que tem como pilar o fortalecimento da organização criminosa e destruição da milícia rival de outras pessoas que possam auxiliar o grupo considerado inimigo.

*Estagiário sob supervisão de Luanna Bernardes

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