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Grande Prêmio do Caribe, a novidade que pode pintar na Fórmula 1

Emanuel Colombari

Malecón (Imagem: Prefeitura de Barranquilla)
Malecón (Imagem: Prefeitura de Barranquilla)

Lá se vão mais de 20 anos desde que o Grande Prêmio da Argentina foi disputado pela última vez, em 1998. Desde então, o Brasil é palco da única prova da Fórmula 1 na América do Sul – que, a partir de 2021, passou a ser realizada com o nome de Grande Prêmio de São Paulo.

Mas este isolamento pode mudar em poucos anos.

Com o considerável aumento recente do calendário da Fórmula 1, a categoria olhou com carinho para provas nos Estados Unidos e no Oriente Médio. E tudo indica que os sul-americanos também poderão ter vez.

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No final de outubro, o diretor-executivo da Fórmula 1, Stefano Domenicali, visitou a cidade de Barranquilla (Colômbia), que será a sede dos Jogos Pan-Americanos de 2027. Por lá, encontrou-se com o prefeito Jaime Pumarejo e com o empresário Luis García Abad (que, entre outras funções, trabalharia com os promotores do Grande Prêmio do México), e discutiu planos de incluir o local no calendário da F1.

A agenda da visita terminou em uma região da cidade conhecida como Malecón, marcada por uma revitalização recente e pela instalação de praças e parques. Domenicali não falou com a imprensa, mas Pumaredo se mostrou animado com a possibilidade de uma corrida de F1 – que chamou de Grande Prêmio do Caribe – no local.

Malecón (Imagem: Prefeitura de Barranquilla)

“Este é o evento esportivo mais multitudinário que existe, e estamos buscando a maneira de torna-lo viável. Trabalharemos com muitos entes para que seja possível, sempre e quando a Fórmula 1 assim nos permitir. Se isso for possível, teremos aqui esses carros dando voltas. O fato de sermos considerados, por si só, é motivo de orgulho”, afirmou o prefeito de Barranquilla, segundo publicou o site do jornal El Heraldo em 31 de outubro.

Ainda de acordo com Jaime Pumaredo, Stefano Domenicali conheceu vários pontos da cidade, “vendo diferentes opções”, ainda sem um plano específico para um circuito.

“Ele não quis adiantar-me a dizer coisas que não são certeiras. Hoje há uma possibilidade que a cada dia ganha mais forma, mas (...) há um momento de incerteza nacional e internacional nestes momentos, e por isso é preciso ter tranquilidade e entender que há que se esperar baixar a maré com a volatilidade do dólar e muitas outras coisas para assegurarmos que este projeto seja viável. Mas o fato de que estejam gastando esforço, tempo e dinheiro para virem nos visitar nos motiva a seguir sonhando e trabalhando neste projeto.”

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O nome escolhido para o projeto não é ao acaso. Barranquilla fica no departamento do Atlântico, região ao norte da Colômbia banhada pelo mar do Caribe, já no oceano Atlântico.

O calendário de 2023 já foi anunciado com 24 corridas, e a F1 já indicou a possibilidade de expandir ainda mais a programação nos próximos anos. Enquanto isso, os responsáveis pelo Grande Prêmio do México se mostram animados com a possibilidade de haver mais uma prova de Fórmula 1 nas Américas a curto prazo – são duas na América Latina, mais três nos Estados Unidos a partir de 2023 e uma no Canadá.

“Nós amamos a competição. É boa, porque te mantém em forma e alerta”, disse Alejandro Soberón, promotor da prova, de acordo com declarações publicadas pelo site GP Fans no dia 3 de novembro. “Então, com Canadá, três corridas (nos EUA), México e Brasil, a questão é: há espaço para mais uma? Minha crença pessoal é de que há espaço para mais uma.”

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.