A Pirelli, empresa que fornece os pneus utilizados pelas equipes na Fórmula 1, começou nesta segunda-feira (22) uma investigação dos problemas que foram registrados na corrida do Grande Prêmio do Catar, neste domingo (21).
Alguns dos jogos de pneus foram encaminhados a Milão, na Itália, onde fica a sede da Pirelli. Eles serão testados e um relatório deve ser emitido para explicar as falhas no Catar.
“Obviamente, temos que investigar. Estamos mandando os pneus de volta para Milão para uma investigação rápida. Encontramos alguns cortes nos pneus, mais especificamente na lateral – que é obviamente a parte mais fraca do próprio pneu. O nível de desgaste estava bastante alto, por isso precisamos investigar, mas os pneus ainda estavam inteiros, só perdendo pressão”, relatou o chefe de corridas de carros da Pirelli, Mario Isola.
Ao todo, quatro pilotos sofreram com furos no pneu nas últimas voltas da corrida em Losail: Valtteri Bottas, Nicholas Latifi, George Russell e Lando Norris. O caso do piloto da McLaren foi ainda mais frustrante, já que ele estava em quarto lugar quando o pneu estourou e depois da troca nos boxes caiu para nono.
“Nem era um stint (jogo de pneus) muito longo. Eles tinham 20 voltas ou algo do tipo. O pneu tem que fazer bem mais que 20. Em cada pista, você cuida dos pneus porque eles se desgastam, mas você nunca espera que isso aconteça. Foi muito perigoso para vários pilotos hoje. Não deveria acontecer. Eles precisam fazer pneus melhores", desabafou Lando Norris em entrevista coletiva após a corrida.
Qual foi o problema?
Uma possível causa apontada pelos pilotos e pelos chefes de equipe é que a pista do Circuito Internacional de Losail é muito abrasivo, ou seja, a grande quantidade de areia faz com que os pneus se desgastem mais rapidamente. Porém, em análise preliminar, Isola acredita que há outra razão para os furos.
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“A primeira suspeita é que o impacto no meio-fio foi muito forte durante a corrida e, portanto, causando essa perda de pressão. Sabemos que o pneu dianteiro esquerdo foi o mais estressado, mas neste caso a maioria dos furos foi após impactos nas zebras, então precisamos entender se a perda de pressão foi repentina ou que tipo de problema foi”, afirmou Isola.
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O chefe da Pirelli ainda admitiu que as equipes e os pilotos não foram informados de possíveis problemas ou condições adversas antes da corrida, mas que a causa ainda precisa ser investigada.
“Às vezes temos alguma indicação de aumento de vibrações, mas neste caso não vimos nada. O que estou dizendo é que outros carros terminaram a corrida com pneus ainda em boas condições. Fernando [Alonso] estava evitando as zebras e os pneus dele estavam em boas condições. O que precisamos entender é se as zebras foram realmente a causa ou se tivemos os furos devido a outros elementos”, finalizou.