Horóscopo

Por que os signos existem? Astrólogo explica

André Mantovanni explica como foram criados os signos e conta como a astrologia foi fundamental na Idade Média, quando era praticada por médicos, astrônomos e matemáticos

Por André Mantovanni

Por que os signos existem? Astrólogo explica
Por que os signos existem? Astrólogo explica
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Os humanos procuram as estrelas em busca de orientação há milhares de anos. Os mapas de constelações existiam muito antes dos mapas do mundo. Durante séculos, as primeiras civilizações viveram no ritmo dos ciclos da natureza – eles caçavam, colhiam e migravam de acordo com a movimentação das estrelas.

Com o tempo, os avanços científicos e tecnológicos nos permitiram parar de depender tanto do céu para prever certos padrões. A astrologia tornou-se objeto de curiosidade e método para obter mais autoconsciência. 

A astrologia não é uma ciência, ela é um método de prever eventos terrestres e humanos com base no posicionamento do sol, da lua e dos planetas dentro das constelações astrológicas. 

Existem 12 constelações dentro da família do zodíaco: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. Os signos!

A observação astronômica começa nas primeiras civilizações da Mesopotâmia. Os sumérios foram os primeiros a começar a observar os movimentos dos planetas e estrelas. Por volta de 3000 a.C., eles registraram e identificaram as constelações e os padrões mais relevantes. Ainda dentro da Mesopotâmia, os babilônios se tornaram grandes astrônomos. Continuando com a pesquisa dos sumérios, os babilônios criaram a primeira roda do zodíaco.

Astrologia não é uma ciência. É um método de prever eventos com base nas posições do sol, da lua e dos planetas


Foram eles [os babilônios] que criaram o sistema numérico, do qual derivam as medidas astronômicas modernas. Também criaram o calendário e a forma de contar dividindo o dia em 24 horas, cada hora em 60 minutos e cada minuto em 60 segundos. 

Eles perceberam que a sequência de constelações – ao longo do sol e dos planetas que se movem no céu – poderiam servir como forma de medir o tempo celestial, quando dividido em segmentos reconhecíveis e iguais. 

Esses 12 segmentos são o que conhecemos hoje como os 12 signos do zodíaco. Cada signo continha 30° de longitude celeste, criando o primeiro sistema de coordenadas celestes conhecido. Eles seguiram um calendário de 12 meses, então atribuíram a cada mês um signo do zodíaco, representado pelas 12 constelações. Os gregos mais tarde fornecem o termo “zodíaco”, quando o descrevem como o 'círculo animal' (zodiakos kyklos).

Crença na astrologia começou a declinar à medida que a igreja católica ganhava poder, passando a ser vista como superstição


O zodíaco liga as constelações às épocas do ano; e as constelações têm suas próprias ligações com os deuses. Assim, a observação científica das posições das estrelas se funde com a especulação sobre a influência divina. 

A astrologia tornou-se uma parte fundamental da cultura na Idade Média e era praticada por médicos, astrônomos e matemáticos. A Índia e a China desenvolveram suas próprias versões do Zodíaco, enquanto o mundo ocidental favoreceu as crenças gregas.

Os avanços na matemática ajudaram os astrólogos a desenvolverem mapas mais precisos e sofisticados. No entanto, a crença na astrologia começou a declinar à medida que a igreja católica ganhava poder, passando a ser vista como uma crença supersticiosa e impopular durante a Santa Inquisição. Durante este tempo, o famoso astrônomo Galileu Galilei foi considerado culpado de heresia e teve que renunciar às suas crenças astrológicas para salvar sua vida.

Na maior parte do mundo, a astrologia voltou a prosperar no século XX. Em países como a Índia, porém, nunca perdeu seu apelo. Nenhum passo importante na vida pode ser dado com segurança a menos que os sinais sejam propícios. Nenhum casamento será realizado sem que os horóscopos sejam elaborados. Nos países ocidentais, contudo, essa arte antiga, talvez, seja vista mais como uma autoindulgência despreocupada. 

Hoje, continuamos a olhar para o céu em busca de respostas para quem somos e para o que viemos fazer neste planeta. A astrologia nos serve como ferramenta de autoconhecimento, que nos direciona para vivermos a nossa melhor versão, superando os desafios e brilhando em nossa potência. 

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