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Brexit, covid-19 e escândalos: relembre os três anos do governo Boris Johnson

Em três anos, o governo de Boris Johnson, líder do Partido Conservador, foi marcado por feitos polêmicos e escândalos

Da redação com BandNews TV

A renúncia do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, marcou a cena política internacional na manhã desta quarta-feira (07). Em quase três anos, o governo do líder do Partido Conservador foi marcado por feitos polêmicos e escândalos, a exemplo da concretização da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) e “Partygate” (festas aglomeradas na pandemia).

Tudo começa em 2019, quando a então premiê Theresa May renuncia ao cargo devido ao fracasso na condução do Brexit. A partir de uma votação interna do Partido Conservador, Johnson assume naquele ano.

Bexit em prática e pandemia

Após eleições gerais no Reino Unido, Johnson foi confirmado o premiê oficial com a bandeira de pôr em prática o Brexit. Em 2020, Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte deixaram a União Europeia oficialmente.

Também em 2020, a pandemia se tornou um grande desafio para Johnson, que, inicialmente, resistiu a tomar medidas de restrições rígidas contra a transmissão em massa do coronavírus responsável pela covid-19. Em meio a críticas, o premiê mudou de postura e adotou três lockdowns nacionais.

Além disso, o governo foi marcado pela “generosidade” ao fornecer auxílios sociais para a população que ficou vulnerável na pandemia. O marco da crise sanitária na gestão de Johnson foi a grande campanha de vacinação em massa, tanto que a primeira pessoa vacinada no mundo contra a doença foi uma mulher inglesa de 90 anos, em 08 de dezembro de 2020.

Escândalo do “Partygate”

No começo de 2022, escândalos e crises da chamada “Partygate” marcaram o governo. Relatórios apontam que o primeiro-ministro dava festas enquanto os britânicos eram proibidos de participar de aglomerações devido à pandemia. Segundo os documentos, os eventos de Johnson tinham até bebida alcoólica na sede do governo.

Em maio, o parlamento e a Polícia Metropolitana de Londres concluíram as investigações sobre a “Partygate”, que multaram Johnson por participar das festas.

Guerra na Ucrânia

Também no começo do ano, a partir de fevereiro, Johnson e outros líderes da Otan (aliança militar do Ocidente), sobretudo os dos Estados Unidos, França e Alemanha, participaram ativamente das negociações acerca da guerra na Ucrânia. O britânico chegou a fazer duras críticas a Vladimir Putin em defesa da soberania ucraniana.

A queda de Boris Johnson

O último destaque, o responsável pela queda de Johnson, diz respeito ao assédio cometido pelo vice-líder da bancada conservadora contra dois homens. Após o caso vir à tona, o parlamentar próximo a Johnson, em carta, renunciou ao cargo e disse que se envergonhava da postura. Na sequência, surgiu a denúncia de que o premiê sabia dos comportamentos inadequados desde 2019.

Devido às constantes trocas de versões, a desconfiança e pressão sobre Johnson cresceram dentro do próprio Partido Conservador. Na tradicional sabatina com parlamentares, na última quarta-feira (06), o primeiro-ministro disse que se manteria no cargo. Já na manhã de hoje, em Downing Street, sede do governo, ele confirmou a renúncia ao mandato.

Debandadas no 1º escalão

Debandadas do primeiro escalão agravam a crise em torno do premiê. Dois importantes ministros pediram demissão: Rishi Sunak, das Finanças, e Sajid Javid, da Saúde. Os gestores, em carta, mencionaram a dificuldade de Johnson em comandar o governo.

No Reino Unido, a população não vota no primeiro-ministro, mas, sim, nos parlamentares, os responsáveis pela escolha do governante. Na guerra de braço, vence o partido que tiver a maioria. Neste caso, o Partido Conservador optou por não apoiar a manutenção de Johnson.

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