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Chuva deixa ao menos 15 mortos no Rio de Janeiro; 9 estão desaparecidos

Sete pessoas de uma mesma família perderam a vida após um deslizamento em Paraty

Por Gabriela MorgadoGustavo Sleman Pedro Dobal

Pelo menos 15 pessoas morreram por conta das fortes chuvas que atingem diferentes regiões do Rio de Janeiro. Na Costa Verde, sete pessoas de uma mesma família perderam a vida após um deslizamento de terra em Paraty.

Ao todo, 22 bairros de Paraty foram atingidos por alagamentos e outras ocorrências ligadas ao temporal. De acordo com o município, são 71 famílias desalojadas até o momento.

Na mesma região, em Angra dos Reis, uma menina de quatro anos e um adolescente de 11 anos morreram em um deslizamento no bairro Monsoaba. Segundo moradores, ao menos sete casas foram atingidas e nove pessoas seguem desaparecidas. Outras cinco foram resgatadas com vida.

“Tivemos aqui um volume de chuva nunca visto na história de Angra. [Foram] 700 milímetros, praticamente o dobro que teve na cidade de Petrópolis. Tivemos uma chuva muito localizada. Os moradores da região que estão junto da Defesa Civil estão ajudando nessa atenção nessas famílias”, disse o prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão.

Em nota, a Prefeitura de Angra informou que 19 pessoas estão abrigadas em unidades da rede municipal de ensino. Por conta do alto volume de água, o transporte público está operando com intervalos maiores. De acordo com o prefeito Fernando Jordão, essa foi a maior chuva da história do município. Deslizamentos de terra também causaram obstruções nas rodovias BR 101 e RJ 155.

As chuvas ainda afetara os sistemas de abastecimento de água de Angra dos Reis e também afetou o funcionamento do telefone 192 do Samu, que disponibilizou outros cinco números para o atendimento da população:

(24) 3365-7082
(24) 3365-1698
(24) 3368-5338
(24) 3368-5214
(24) 3368-5147

Na Baixada Fluminense, um homem de aproximadamente 35 anos morreu em Mesquita, após uma descarga elétrica, no Centro. No município, diversas ruas ficaram alagadas depois das fortes chuvas registradas entre a tarde de sexta-feira (1º) e a manhã deste sábado (2). No momento, uma força-tarefa segue atuando vistoriando residências e realizando a desobstrução e limpeza das vias.

Na mesma região, em Nova Iguaçu, a força da água invadiu os corredores do Hospital Estadual Ricardo Cruz. Apesar do susto, a Secretaria de Estado de Saúde informou que nenhum equipamento foi danificado e que não houve a necessidade de transferir pacientes.

Porém, no Hospital Geral de Nova Iguaçu, foram registradas infiltrações em dois CTIs. Na sala amarela, 13 pacientes foram transferidos para os setores de pós-operatório. De acordo com o município, a equipe de engenharia hospitalar já está na unidade trabalhando nos reparos.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram que o temporal deixou ruas de diferentes bairros, casas e até mesmo uma faculdade inundadas. A cidade permanece em estado de alerta máximo.

Em Saquarema, na Região dos Lagos, foram registradas ocorrências relacionadas a pontos de alagamentos, quedas de muros ou árvores. Em 24 horas, choveu 160 milímetros na cidade, o equivalente a um mês de chuvas. Até o momento, há 10 desabrigados e quatro desalojados.

Na Região Serrana, por conta da previsão de chuva fraca a moderada, a Defesa Civil de Petrópolis decidiu manter o monitoramento das condições meteorológicas. O município ainda se recupera dos temporais de fevereiro e de março, que deixaram mais de 230 mortos.

Na cidade do Rio

Já a capital fluminense segue em estágio de alerta, o quarto em um escala de cinco, devido à previsão de chuva moderada e ao volume de ocorrências em decorrência do temporal de sexta (1). O prefeito Eduardo Paes pediu para que os moradores da cidade fiquem atentos.

As chuvas acabaram danificando uma das elevatórias do Sistema Guandu. Segundo a Águas do Rio, por conta disso, a produção de água, de responsabilidade da Cedae, foi reduzida para os municípios da Baixada Fluminense e algumas regiões do Rio. Em nota, a concessionária pediu para que a população economize água.

As condições climáticas também provocaram alterações no transporte público carioca. O ramal de trens Japeri, que liga cidades da Baixada a capital, teve a operação suspensa durante a manhã. De acordo com a SuperVia, a paralisação ocorre em razão de vários pontos de alagamentos na via férrea.

Estágio de atenção para elevação dos rios

Onze cidades do Rio estão em estágio de atenção para possível elevação dos rios em função das fortes chuvas que atingem o estado. A informação é do Alerta de Cheias, sistema do Instituto Estadual do Ambiente que monitora a possibilidade de chuvas intensas e de inundações.

Já o Instituto Nacional de Meteorologia emitiu alerta de fortes chuvas. Segundo o Inmet, grande parte do estado está classificado sob alerta vermelho, que representa grande perigo.

O panorama ocorre devido ao risco de alagamentos e transbordamentos de rios e deslizamento de encostas e em áreas de risco.

A classificação se estende em quase todo território fluminense, englobando a capital e cidades das regiões Metropolitana, Serrana e dos Lagos, e também do Norte, da Costa Verde e da Baixada.

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