O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) retornou nesta quinta-feira (16) ao cargo após 64 dias afastado por suspeita de omissão nos atos terroristas de oito de janeiro, em que as sedes dos Três Poderes foram destruídas. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o político retornasse ao cargo antes dos 90 dias impostos na noite do dia oito de janeiro.
Em coletiva de imprensa, Ibaneis citou que o afastamento imposto pelo ministro do STF Alexandre de Moraes foi necessário. "Foram dias muito difíceis, mas esse afastamento que tivemos ao longo desse período foi necessário. A invasão dos prédios do Congresso, do STF e Palácio do Planalto foram significativos para a história desse país", declarou.
Para ele, houve um ‘apagão’ nas polícias e na Força Nacional durante os atos, mas a destruição no STF ocorreu por pouca segurança. "Já no Palácio do Planalto não, que lá eles têm um batalhão. Houve um relaxamento geral. A Força Nacional também não atuou", pontuou.
Ibaneis Rocha também isentou o ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, de culpa sobre os atos. Para ele, Torres seria culpado se fosse avisado antes. “Não foi culpa só do Anderson e tenho certeza que a investigação vai apurar isso”, pontuou. Tanto, que Ibaneis relembrou que foi aconselhado a não indicar o ex-ministro da Justiça para o cargo, mas tinha confiança nele.
"Olhando hoje para trás, é fácil dizer, mas se você tem a confiança que eu tenho no meu secretário[...] Fiz o que estava dentro da minha competência diante das informações que eu tinha", disse.
Sobre a decisão de Alexandre de Moraes, Ibaneis afirma que “tomou um grande susto”, mas entendeu a reação do jurista. “Aquilo era o que era necessário ser feito pela defesa da democracia. [...] Esse apagão certamente não foi de graça, alguma coisa aconteceu para que esse apagão ocorresse. Houve apagão na Polícia Militar do Distrito Federal, no Palácio do Planalto que tem um batalhão do Exército para defender que não estava lá presente, houve apagão em várias áreas da segurança do DF”, pontuou.