O delegado Cesar Saad, da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE), conversou com José Luiz Datena no Manhã Bandeirantes desta quinta-feira (22) e detalhou como será a investigação dos episódios ocorridos na Vila Belmiro na vitória do Corinthians sobre o Santos, por 2 a 0, pelo Brasileirão Série A.
Nos minutos finais do clássico, realizado na noite da última quarta (21), torcedores atiraram rojões e sinalizadores para dentro do gramado. O árbitro Leandro Pedro Vuaden interrompeu a partida e, aos 44 minutos, encerrou o jogo por falta de segurança.
“Cenas lamentáveis. Arremesso de bombas no gramado, cabe a nós mais uma vez apurar. Já acionamos o Santos para mandar as imagens, vamos trabalhar no reconhecimento facial. Algumas câmeras da televisão já mostraram também, fica fácil de identificar os torcedores. Nós vamos individualizar a conduta de cada um. Isso vai ser tratado também como associação criminosa. Um torcedor que entra no estádio com bomba, prevendo um possível resultado negativo para o Santos tem que ser tratado desta forma. É assim que a Polícia Civil vai trabalhar. E além disso vai ter a punição no âmbito esportivo. Vamos investigar e identificar esses caras que vão responder e serão tirados do estádio”, afirmou o delegado Cesar Saad.
O trabalho [de revista] não é feito pela Polícia Militar. O trabalho é feito por empresas de segurança privada. Eles que fazem esse trabalho, a PM fica na retaguarda caso eles tenham algum problema com algum torcedor. Aí sim o policiamento é acionado. Realmente foi um despreparo, isso ficou claro, é evidente. Eles não têm o treinamento, a aptidão que o policial recebe na Academia de Polícia durante a sua carreira. Foi um serviço mal prestado, precisa ser reavaliado - Cesar Saad.
Em seguida, o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Osvaldo Nico Gonçalves, também entrou no papo com Datena. Ele lamentou o ocorrido na Vila Belmiro, mas exaltou o trabalho do Batalhão de Choque para “evitar o pior”.
“No final do jogo teve a confusão. Quero destacar o grande trabalho do Batalhão do Choque, que foi excelente e evitou uma tragédia maior. O Choque evitou que entrassem no vestiário também, isso foi importante”, disse Nico.