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Entre Franciscos: peça de Gabriel Chalita estreia nesta sexta (15)

Espetáculo aborda diálogo entre passado e presente, com encontro imaginário entre Papa Francisco e São Francisco de Assis

Beatriz Pereira*

Entre Franciscos, O Santo e o Papa
Entre Franciscos, O Santo e o Papa
Divulgação

Encenado na área mais simples e corriqueira da sede da Igreja Católica Romana, o encontro improvável entre personagens que jamais poderiam ter se conhecido, torna-se possível. Na peça “Entre Franciscos, O Santo e o Papa”, São Francisco de Assis e Papa Francisco dialogam na lavanderia do Vaticano, espaço construído pelo Papa para atender a população em situação de rua, em Roma. A conversa sobre a humanidade e os problemas do mundo moderno são levados para o público pela perspectiva utópica do texto de Gabriel Chalita, buscando a troca de reflexões entre passado e presente.

Com direção de Fernando Philbert e atuação de Paulo Gorgulho (Papa) e César Mello (Santo), o espetáculo estreia nesta sexta-feira, 15 de março, no Teatro Domingos Ferreira, dentro do Planetário da Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro.

As atribulações diárias de um papa que precisa lidar com as inúmeras questões emergenciais do mundo de guerras, discursos de ódio e mudanças de paradigmas, são interrompidas pelo encontro inesperado com um dos santos mais estimados do catolicismo. Personagens que têm em comum a missão de pregar a caridade e o serviço à sociedade conseguem fazer um paralelo entre o mundo passado e a atual sociedade.

O atual Papa foi batizado como Jorge Mario Bergoglio, mas escolheu, após sua eleição, em 2013, o nome de Francisco em referência a São Francisco de Assis, exatamente pela sua simplicidade e dedicação aos pobres. Ele se tornou o primeiro a adotar o nome de Francisco, e em uma das pregações, afirmou que a caridade é um dom que dá sentido à vida e une o mundo como família. “O pouco, se partilhado com amor, nunca acaba, mas transforma-se em reserva de vida e felicidade”, disse o Papa.

Autor de quase uma centena de livros, Gabriel Chalita quis mostrar a similaridade dos ideais das duas figuras com o espetáculo em forma de metáfora. O dramaturgo afirma que, apesar do contexto da Igreja Católica, a encenação não é sobre religião, mas sim sobre a humanidade. “De um lado, temos São Francisco, um homem que decidiu dedicar a sua vida ao exercício do cuidar, principalmente dos que ninguém queria. Do outro, um Papa que é exemplo de acolhimento, que vive o evangelho em sua essência e acolhe os vulneráveis”, revela Chalita.

A peça fica em cartaz até 7 de abril, sempre às sextas a partir das 20h e aos domingos às 19h. A ficha técnica conta com direção de produção de Guilherme Logullo, cenografia de Natália Lana, figurinos de Karen Brusttolin, desenho de luz de Vilmar Olos e realização da Luar de Abril. Os ingressos  podem ser adquiridos pelo site https://riocultura.eleventickets.com/#!/evento/b387a5281522ecf99f3cf2ae482409e120ecf8a7

*Sob supervisão Natashi Franco