Estudo mostra que 33 milhões de brasileiros não têm o que comer

De acordo com levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar, 14 milhões de pessoas entraram em quadro de insegurança alimentar nos últimos dois anos

Amanda Martins

Lares de pessoas pretas, pardas e comandados por mulheres apresentam os piores índices Marcello Casal/Agência Brasil
Lares de pessoas pretas, pardas e comandados por mulheres apresentam os piores índices
Marcello Casal/Agência Brasil

33 milhões de brasileiros não tem o que comer. O que significa que de 2020 para 2022, mais 14 milhões de pessoas passaram a ter um quadro de insegurança alimentar. É que mostra um estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em soberania e Segurança Alimentar, divulgado nesta quarta-feira.

A Simone Cordeiro está nessa situação. Desempregada, ela tem 11 filhos. 6 moram com ela em uma ocupação no Centro do Rio junto com outras 16 famílias.

Familía grande é complicado, ‘tamo’ virando vegano quase. Come arroz, feijão, algum legume que sobra. O que dá pra sobreviver. ‘Ta’ complicado, lamenta Simone

O levantamento mostra ainda que o país regrediu ao patamar observado na década de 90. No Brasil de 2022, apenas 4 em cada 10 domicílios conseguem manter o acesso pleno a alimentação. Os demais se dividem entre aqueles que se preocupam em não ter o que comer no futuro e aquelas que já passam fome.

Para o diretor da ONG Ação e Cidadania, Kiko Afonso, o que falta são políticas públicas eficazes de combate a fome.

A pesquisa mostra ainda que a fome está presente em 65% dos lares comandados por pessoas pretas e pardas. E nas casas em que a referência é a mulher, o grau de insegurança alimentar passou de 11 para 19%.

As regiões Norte e Nordeste têm os índices mais altos de fome. Os números chegam a 71% e 68% respectivamente.

A média nacional é de 58%.

Mais notícias

Carregar mais