Homem descobre infecção no olho e perde visão após dormir com lente de contato

Michael Krumholz, de 21 anos, perdeu a visão de um olho e tudo começou após ele dormir com a lente. No Brasil, Eduardo Molina, de 28 anos, teve a mesma infecção. Para ele, o transplante de córnea foi descartado

Por Mariana Albuquerque

Homem descobre infecção no olho e perde visão após dormir com lente de contato
Jovem tem olho devorado por parasita
Reprodução

A discussão sobre os cuidados no uso das lentes de contato se tornou mais intensa no Brasil nos últimos dias. Pacientes com problemas na visão começaram a trazer à tona a falta de locais preparados para o diagnóstico de certas doenças.

Tudo começou quando um americano de 21 anos contou na internet que perdeu a visão de um olho, após dormir de lente. Os primeiros sintomas de Michael Krumholz foram de conjuntivite. Mas o jovem descobriu que, na verdade, estava com ceratite por acanthamoeba, um parasita que se instala na córnea do olho e vai corroendo a camada.

A doença é considerada rara e os pacientes lidam com a demora para o diagnóstico.

Atualmente, Mike, como é chamado pelos amigos, aguarda na fila por um transplante de córnea, para tentar recuperar cerca de 60% da visão. Além disso, ele diz que tem que conviver com uma dor intensa, que descreve como algo que parece "puxar" o olho dele ou ainda, como um "relâmpago no cérebro".

No Brasil, Eduardo Molina, de 28 anos, teve a mesma infecção. Para ele, o transplante de córnea foi descartado. Ele continua o tratamento, que já dura quatro meses, na expectativa de recuperar, assim como Mike, cerca de 60% da visão. O jovem precisou ir até São Paulo confirmar o diagnóstico inicial, pelo SUS, em parceria com a Universidade de São Paulo. Ainda assim, ele afirma que precisa gastar mais de 800 reais por mês com medicamentos.

Para ajudar com os custos, Mike criou uma vaquinha e compartilhou com amigos e pessoas próximas, para tentar arrecadar dinheiro, com o objetivo de pagar o custo do transporte até o hospital e todas as cirurgias e os medicamentos necessários para o tratamento. O link para contribuir é https://gofund.me/992498b4 

Mas não é apenas um cochilo com a lente que causa a doença.

Quem usa o objeto precisa higienizar a lente corretamente e tomar outros cuidados, como explica a oftalmologista Milla Sampaio.

Enquanto esperam melhor, Eduardo e Mike se adaptam à nova realidade. O brasileiro passou a sair de óculos e boné, além de tomar banho com óculos de nadar. Ele ainda se acostuma a dirigir e a praticar esportes, área em que era muito ativo, com a visão de um olho só. A situação de Mike é mais complicada. O americano sente muita sensibilidade e dor no olho, até mesmo com a luz do computador. Por isso, tem que passar a maior parte do tempo no quarto, no escuro. Apesar disso, os dois continuam na luta e gratos por terem passado pela parte mais dolorosa, que foi a parte mais pesada do tratamento, para extinguir a ameba do olho. 

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