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Mais largos, perfil mais baixo: o que esperar dos pneus da Fórmula 1 em 2022

Emanuel Colombari

Imagem: F1/Divulgação
Imagem: F1/Divulgação

A Fórmula 1 terá um carro todo novo em 2022. Fruto de mudanças no regulamento que entrariam em vigor em 2021 - e que foram adiadas por causa da pandemia do novo coronavírus -, a categoria está trazendo de volta o efeito-solo a seus bólidos, com novas asas dianteiras e traseiras, oferecendo aos pilotos uma dirigibilidade menos turbulenta e mais segura para as disputas de posição.

E não é só isso. Sem os barge boards (aquelas aletas aerodinâmicas que ficam entre as rodas dianteiras e as entradas de ar dos radiadores, direcionando o ar para as laterais dos carros), as equipes têm ainda um desafio aerodinâmico a mais na parte da frente de seus novos modelos.

Nessa mudança toda, pneus e rodas também mudaram, mas em novidades bastante chamativas. A partir de 2022, a F1 adotará rodas de 18 polegadas, ao invés das rodas de 13 polegadas que foram usadas ao longo de décadas. E como ninguém duvida da influência dos pneus nos resultados das corridas, é bom entender o que vem por aí já a partir dos testes de pós-temporada em Abu Dhabi.

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Os novos pneus, com cinco polegadas a mais de diâmetro, já vinham sendo utilizados na Fórmula 2. De acordo com a Pirelli, fornecedora oficial, a largura de banda é a mesma (305 mm nos pneus dianteiros e 405 mm nos traseiros), mas o diâmetro aumentou (de 660 mm para 720 mm em todos).

A fabricante afirma que a mudança visa a “uma abordagem mais moderna”, com ênfase não apenas na estética, mas também “na proximidade tecnológica do produto de carro de passeio”. Para quem cresceu ouvindo que a F1 era um laboratório para o mercado automobilístico, a análise soa de maneira positivamente nostálgica.

De olho nisso, a Pirelli informou que a principal mudança ocorreu nas paredes laterais dos pneus de perfil baixo. O perfil, no caso, é a relação entre a altura e a largura (medidas em milímetros) da seção do pneu; quando menor o número, mais baixo o pneu. Com a parede lateral mais baixa, o pneu também terá menos flexão, diminuindo o impacto aerodinâmico.

“Este novo perfil mudará o comportamento dos carros de Fórmula 1 na pista, tornando-os mais precisos ao mudar de direção”, explicou a Pirelli à imprensa.

Após testes no seco e no molhado, a empresa afirma ter recebido um retorno positivo dos pilotos. Por isso, acredita que os novos modelos tornarão as corridas mais competitivas, diminuindo a sensibilidade dos carros à turbulência aerodinâmica enquanto perseguem uns aos outros.

Os compostos em si também serão novos, de olho em menor desgaste e menos sobreaquecimento durante as corridas. O que não muda é a oferta: serão cinco níveis de pneus para 2022, dos mais duros aos mais macios, sendo três opções escolhidos para cada final de semana.

Maiores, mais baixos e com menos deformação: estes são os novos pneus da Fórmula 1.

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.