Mesmo com provas que poderiam inocentá-lo, um homem fica preso por quase dois meses em São Paulo. As informações são do Pablo Fernandez, da BandNews FM.
O motorista de aplicativo, Jorge Anderson de Brito Barnabé foi detido no dia 27 de julho logo depois de fazer uma corrida entre Ferraz de Vasconcelos e Artur Alvim, na zona leste da capital paulista.
Antes, ele havia pegado um passageiro que transportava uma mala e, dentro dela, havia 10 quilos de maconha - tudo embalado à vácuo para eliminar o cheiro.
Jorge sempre alegou que não sabia do conteúdo e o próprio passageiro, Charles de Oliveira Menezes, escreveu uma carta e admitiu em juízo que Jorge não estava envolvido.
Documentos da própria empresa de aplicativo que o motorista trabalhava, incluídos nove dias depois da prisão no processo, apontaram que a chamada atendida pelo motorista foi feita de forma aleatória, ou seja, sem acerto prévio entre os dois.
A origem e o destino foram colocados pelo próprio passageiro no aplicativo; no mesmo dia, Jorge já havia feito 11 corridas.
O Ministério Público, no entanto, o denunciou e defendeu que ele fosse mantido preso.
Jorge foi solto nesta última segunda-feira, 28, graças a um habeas corpus concedido pela Justiça, na segunda instância.
O passageiro, segundo consta no processo, instalou o aplicativo no celular de outra pessoa, com os dados dele. O transporte da mala teria sido negociado em um bar, por R$ 250.
Para a advogada de Jorge, Emilyenne Martins, a Polícia, o Ministério Público e a Justiça ignoraram as provas que tirariam Jorge da cadeia.
Jorge, que utilizava um veículo alugado, foi denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Ele vai responder ao processo em liberdade e a defesa aguarda que ele seja absolvido. O carro segue apreendido.
Procurado, o Ministério Público afirmou que chegou a pedir a soltura de Jorge na última audiência e aguarda a perícia no telefone de ambos para saber se se conheciam.