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“Anvisa tinha de assumir as sandálias da humildade”, diz infectologista do Hospital das Clínicas de SP

Da redação, com Rádio Bandeirantes

Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou pedido de importação de 2 milhões de doses da vacina de Oxford
Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou pedido de importação de 2 milhões de doses da vacina de Oxford
Reprodução/Agência Brasil

Evaldo Stanislau Affonso de Araújo, infectologista do Hospital das Clínicas e diretor da Sociedade Paulista de Infectologia, participou do Domingo Esportivo da Rádio Bandeirantes e falou sobre a situação das vacinas contra a Covid-19 no Brasil. Para ele, a Anvisa deveria calçar as sandálias da humildade e acolher as decisões de outros países, como Inglaterra e EUA. 


“A Anvisa tinha de assumir as sandálias da humildade e simplesmente acatar. Não tem de criar obstáculo nenhum. Acolhe o que vem de fora, decisões de países como Inglaterra e Estados Unidos sobre algumas vacinas.” 
 

Na noite de ontem, 02, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou pedido de importação de 2 milhões de doses da vacina de Oxford, mas o imunizante ainda não pode ser aplicado, justamente por não ter sido autorizado no Brasil. 


“Não sei se nós seremos os últimos (na vacinação), mas o papel não é compatível com a grandeza e a relevância do Brasil. Vejo com muita preocupação. Estamos patinando e não conseguimos ir para frente. Quem tem interesse é quem vai atrás. O interesse maior é da saúde pública. Estamos diante de uma emergência. Não tem outra missão para o governo brasileiro do que prover vacina”, afirmou. 


De acordo com ele, o Brasil errou ao apostar em apenas uma vacina, a de Oxford; o mesmo vale para a Coronavac, a aposta do estado de São Paulo: “O Brasil não tratou com seriedade. Deveria ter aberto negociação com todas (as vacinas)”, disse. “As autoridades precisam ter responsabilidade. Um bom político salva vidas. Um político ruim interrompe vidas. As pessoas tinham de ser maiores do que seus egos”, completou. 


Festas de fim de ano

Na entrevista, o infectologista mostrou preocupação com a situação da pandemia no Brasil, diante das festas de fim de ano: “Eu temia essa fase, em que a gente normalizasse a Covid. A gente não pode perder o respeito. A imunidade não tem se mostrado protetora.  O que pode acontecer agora em janeiro, e fevereiro, é muito grave.” 


Por fim, ainda disse que o cronograma de vacinação pode mudar em alguns países. Ou seja, para atender toda população, apenas uma dose pode ser aplicada nas pessoas no início da campanha, retardando a segunda aplicação. 

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