A eleição de Biden deve ter impacto direto no Brasil, da economia ao meio ambiente.
Foram dois anos de alinhamento de visões entre os governos de Brasil e Estados Unidos, com o presidente Jair Bolsonaro até liberando a entrada de americanos em solo brasileiro sem visto. Trump não fez o mesmo, mas recomendou a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que ainda não está confirmada.
Como o novo presidente é crítico de posições adotadas por Bolsonaro, o trabalho agora é para não perder a cooperação do nosso segundo maior parceiro comercial.
“Muito pragmatismo e defesa dos nossos interesses, acho que são as fórmulas para que a gente possa ter muito sucesso nessa relação com os Estados Unidos e que dependem muito de como nós vamos conduzir essa relação e como nós vamos entender as prioridades, inclusive no aspecto das mudanças climáticas”, analisa Deborah Vieitas, presidente da Câmara Americana de Comércio.
E é justamente o modo como o Brasil tem lidado com o meio ambiente, com o maior desmatamento da Amazônia em 12 anos, que tem repercutido negativamente no mundo. Na Europa, sanções políticas já foram discutidas. Com Biden não será diferente.
Sobre o Brasil, o novo presidente americano afirmou, quando ainda era candidato, que o país enfrentaria consequências econômicas significativas caso a destruição da Amazônia continuasse. Chegou a propor uma doação conjunta com outros países de US$ 20 bilhões para acabar com as queimadas.
“Se você tem um governo que não quer fazer o correto, não quer combater o desmatamento, você pode colocar o dinheiro que for. Nesse governo, no exemplo do Fundo Amazônia, ele vai ficar lá parado e os problemas vão continuar”, diz Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima.