O líder dos caminhoneiros Wallace Landim, conhecido como Chorão, conversou ao vivo com José Luiz Datena sobre a greve dos caminhoneiros prevista para esta segunda, dia 01. Para o Manha Bandeirantes, da Rádio Bandeirantes, Wallace disse que advogados da categoria já entraram com pedido no STF para derrubar as 29 liminares do Governo Federal, que impedem o bloqueio e manifestação nas estradas.
“Nosso jurídico já entrou no Supremo para derrubar essas liminares porque temos o direito de manifestar. Estamos orientando a categoria que permaneça com os braços cruzados”, disse Wallace.
A ideia da categoria é fechar uma grande via, como foi feito em 2018. “A gente derrubando as liminares, vamos fechar uma via, como fizemos em 2018. Orientamos que os caminhões fiquem em casa, nos postos, nas empresas. Quero parabenizar a categoria, estamos vendo o movimento baixo das estradas.”
Apesar do descontentamento, Wallace disse que o diálogo com o governo Bolsonaro continua aberto. “O problema é que faz três anos que estamos falando com o ministro Tarcísio e nada sai do papel”, afirmou. “Este governo não cumpriu com nada que prometeu para nós. Eu votei nesse governo que está, participei de reuniões dentro do ministério e tudo está parado. Estamos numa situação pior que 2018, não tem como sobreviver e o caminhoneiro autônomo está saindo do mercado.”
Também segundo o líder, a categoria está preocupada com a retirada de caminhões de longa distância. Wallace citou o projeto BR do Mar, proposta do Governo Federal de criação do Programa de Estímulo ao Transporte por Cabotagem, como uma das preocupações da categoria. “Uma das últimas reuniões que tive com ministro Tarcísio dentro do ministério, ele deixou bem claro que no BR do Mar quer tirar 40% dos caminhões de longa distância. Eu perguntei onde estava o impacto social e econômico daquele projeto e ele disse: ‘Chorão, não estou preocupado com impacto social e econômico, estou preocupado com infraestrutura’”, contou.
Wallace também criticou o ministro da Economia, Paulo Guedes, e a possível privatização da Petrobrás. “País nenhum privatiza sua estatal de energia (...). Pode ser criado um colchão para manter a estabilidade do combustível e do gás de cozinha. Chegou a hora do governo escolher: ou os acionistas ou a classe trabalhadora. E Paulo Guedes tem escolhido os acionistas.”