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Senador critica Osmar Terra e cogita convite para depoimento na CPI

Rogério Carvalho (PT-SE) atacou teoria da imunidade de rebanho defendida por deputado federal

Da Redação, com BandNews TV

O senador Rogério Carvalho (PT-SE), suplente na CPI da Pandemia, fez duras críticas nesta quarta-feira à atuação do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) no combate aos casos de Covid-19 no Brasil.

Em entrevista ao programa Ponto a Ponto, da BandNews TV, Carvalho apontou Terra como um dos responsáveis pelo estímulo à teoria da imunidade de rebanho ao novo coronavírus no País. O deputado, segundo Carvalho, é “muito próximo” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Esta pandemia não foi só fruto do negacionismo. Tem uma teoria que a embasou, que é a teoria da imunidade de rebanho, que foi estimulada pelo deputado Osmar Terra, muito próximo do presidente da República, que disse que a pandemia se esgotaria em 14 semanas, que teríamos 900 ou 1.000 mortes”, descreveu o senador.

“Havia uma orientação sobre como se conduzir. A oitiva dessas primeiras testemunhas tentou mostrar que houve uma ação proativa de deixar as pessoas se contaminarem e estimular a contaminação”, acrescentou.

Segundo Rogério Carvalho, o deputado gaúcho pode ser chamado a depor na CPI “se ele se dispuser a participar”. “Ele é uma pessoa que deve ser convidada, porque ele foi o principal mentor da teoria da imunidade de rebanho”, afirmou.

Além de Osmar Terra, outros nomes podem entrar na lista de depoimentos da comissão. Entre eles, Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador no Rio de Janeiro e filho do presidente Jair Bolsonaro; Paulo Guedes, ministro da Economia; e Nise Yamaguchi, imunologista. Representantes de laboratórios que comercializam vacinas contra o novo coronavírus e integrantes do setor de logística do Ministério da Saúde também podem ser chamados.

Previsão para Pazuello: constrangimento

A CPI contou nesta quarta-feira com o depoimento de Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde. O general deverá protagonizar nova oitiva na quinta-feira, e o senador Rogério Carvalho admite acreditar que “o constrangimento dele vai ser muito maior”.

“Tem 20 senadores que vão perguntar, levantar questões, trazer fatos, o que vai expor essa fábula que ele tentou apresentar como sendo um período perfeito, todas as medidas terem sido adotadas, sabendo que o tempo todo o presidente boicotou e agiu de forma diversa da que ele diz defender”, afirmou Carvalho.

“Creio que amanhã ele vai ter muita dificuldade de sobreviver e de se sustentar no media training que ele fez para proteger o presidente”, acrescentou.

O senador ainda afirmou acreditar que a atuação de Pazuello deixaria o Exército “desconfortável”. E deixou claro que, para ele, o ex-ministro agia apenas cumprindo determinações do presidente Bolsonaro.

Durante o depoimento desta quarta, o ex-ministro disse que se encontrou com Bolsonaro “menos do que gostaria”, uma vez por semana, a cada duas semanas. Afirmou também que, se pudesse voltar atrás, teria ido mais vezes conversar com o presidente durante a sua gestão. 

“O presidente é um produtor de fatos que depõem contra ele o tempo todo. O próprio Pazuello disse: ‘um manda, o outro obedece’. Tudo que ele (Pazuello) falou, ele (Bolsonaro) desmentiu, porque ele disse que não tinha contato com o presidente. Se ele obedece, o presidente é quem manda. De fato, existe um ministro da Saúde chamado Jair Messias Bolsonaro”, disse Carvalho.

‘Promotor da pandemia’

O senador ainda direcionou críticas para o presidente Jair Bolsonaro – segundo ele, “um grande promotor da pandemia”.

Para Rogério Carvalho, Bolsonaro boicotou informações sobre o combate à Covid-19, influenciando parte da população.

“Numa pandemia, na saúde pública, as pessoas são conduzidas pela informação, são conduzidas pelo estimulo que elas recebem. E a gente tem, no Brasil, um grande boicotador, um grande promotor da pandemia que é o próprio presidente - que vetou o uso de máscaras, que propôs o uso da cloroquina, que proibiu ou tentou proibir o isolamento social, que negligenciou a compra de vacinas”, descreveu.

De acordo com o senador da oposição, nos próximos passos, o Brasil deve entrar em um campo “mais acadêmico, mais estruturado” para medir quantas mortes evitáveis teve ao longo da pandemia.

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