Na última volta do Grande Prêmio do Canadá, Lando Norris tentava atacar Esteban Ocon em busca da oitava posição. Tentou o bote nas últimas curvas, mas acabou jogado para fora da pista pelo francês da Alpine. No fim, o britânico cruzou a linha de chegada em nono – e foi apenas o 13º colocado em Montreal.
Mas nem mesmo o piloto da McLaren entendeu a punição que sofreu. Especialmente porque ela foi aplicada por um incidente ocorrido muito antes da disputa com Ocon pelo oitavo lugar.
Na volta 12, George Russell (Mercedes) bateu sozinho e provocou a entrada de um safety car, que recolheu na volta 15. Durante este período, segundo os comissários, “o piloto (Norris) diminuiu a velocidade para permitir a formação de uma lacuna entre seu companheiro de equipe no carro 81 (Oscar Piastri) e ele”.
“Ao fazer isso, ele atrasou os carros atrás. Houve uma diferença significativa de velocidade entre o carro 4 e o carro 81 entre as curvas 10 e 13 (aproximadamente 50 km/h)”, registrou a documentação dos comissários.
Diante de uma análise dos dados do incidente, os comissários decidiram punir Norris com base no artigo 12.2.1.1 do Código Esportivo Internacional, que diz respeito a “qualquer infração dos princípios de equidade na competição, comportamento antidesportivo ou tentativa de influenciar os resultados de uma competição, de forma contrária à ética desportiva”.
Por atitude considerada antidesportiva, Norris teve cinco segundos acrescentados ao tempo final. Assim, mesmo cruzando a linha de chegada em nono, acabou superado por Lance Stroll (Aston Martin), Valtteri Bottas (Alfa Romeo), Oscar Piastri (McLaren) e Pierre Gasly (Alpine).
Após a prova, Norris disse que a regra e a punição não foram explicadas para ele durante a corrida. Por isso, ficou confuso ao descobrir o motivo da penalização.
“Estou surpreso. É claro, você vai devagar e vai rápido, você acelera, você quer manter a temperatura dos pneus, então todo mundo deixa espaços e abre espaços. Não foi como se eu estivesse dez segundos atrás do meu delta; se é por causa da diferença de delta, então provavelmente mais gente deveria ter recebido penalidades pelos últimos três ou quatro anos”, argumentou.
“Estou um pouco confuso, mas não há nada que eu possa fazer. Eu diminuí para tentar aquecer os pneus, e então, assim que a equipe me chamou para os boxes, eu acelerei e tentei ir o mais rápido que podia”, completou.
O chefe de equipe da McLaren, Andrea Stella, lamentou a punição, mas se mostrou satisfeito com o desempenho dos dois carros.
“É uma pena deixar o Canadá sem somar pontos no fim de uma corrida onde fomos competitivos no pelotão intermediário. Lando cruzou a linha de chegada em nono, mas foi penalizado com cinco segundos e terminou em 13º, o que foi uma pena”, resumiu.
