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Afastamento de Wilson Witzel do comando do Rio de Janeiro completa um ano neste sábado, 28; relembre polêmicas

Decisão partiu do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, no âmbito da operação 'Tris In Idem', que investigava irregularidades na área da Saúde

Da redação, com Rádio BandNews FM RJ

Afastamento de Wilson Witzel do comando do Rio de Janeiro completa um ano neste sábado, 28; relembre polêmicas
Afastamento de Wilson Witzel do comando do Rio de Janeiro completa um ano neste sábado, 28; relembre polêmicas
Folhapress

Da surpresa eleitoral ao afastamento definitivo do cargo, Wilson Witzel entrou para a história, mas não como prometeu durante campanha e governo, em que dizia que acabaria com a corrupção. O ex-juiz federal foi o primeiro governador do Rio a sofrer impeachment, condenado por crimes de responsabilidade.

Eleito em 2018, Witzel acumulou polêmicas. Dois anos depois, com a pandemia de Covid-19, veio a crise sanitária, mas também a crise política no Rio.

O dia era 28 de agosto de 2020, uma sexta-feira que marcou o afastamento de Wilson Witzel do cargo de governador. A decisão partiu do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, no âmbito da operação Tris In Idem, que investigava irregularidades na área da Saúde.

A ação teve origem em delação premiada do ex-secretário Edmar Santos. Logo depois, o afastamento foi mantido pela Corte Especial do STJ.

Na análise do cientista político Ricardo Ismael, a pandemia pode ter influenciado nas celeridades das ações.

O afastamento que deveria durar apenas 180 dias, acabou virando uma bola de neve. Witzel já era alvo de um processo de impeachment na Assembleia Legislativa, também por causa de denúncias de corrupção na área de saúde durante a pandemia. Um dos autores do pedido foi o deputado Luiz Paulo.

Entre trocas de acusações com deputados, ocorreram diversas reviravoltas envolvendo articulações e recursos na Justiça. Alguns chegaram a suspender o processo, mas sem efeito duradouro.

Na análise do cientista político Guilherme Carvalhido, Witzel errou em muitas decisões e também foi soberbo.

Em meio a tantas polêmicas, o ex-juiz federal e a esposa, a também advogada Helena Witzel, foram alvos de um pedido para que tivessem as carteiras da OAB cassadas.

Enquanto isso, o Tribunal Especial Misto que julgaria o impeachment foi formado e decidiu que Witzel e a família deixariam o Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador.

De volta ao bairro do Grajaú, na Zona Norte, onde morava antes de entrar para a política, ele lançou um canal religioso no YouTube e mudou o discurso sobre criminosos com fuzis durante culto.

Na área judicial, uma outra derrota: o STJ o tornou réu por corrupção e lavagem de dinheiro. Na internet, o ex-governador apareceu em vídeo andando de skate com a legenda "Não adianta, ele não cai".

Já em abril de 2021, Wilson Witzel chorou durante depoimento ao Tribunal Especial Misto, dizendo que não havia deixado a magistratura para ser ladrão. Ele chegou a alegar não ter recursos para pagar advogados. 

No dia 30 do mesmo mês, em sessão que durou pouco mais de 10 horas, de maneira unânime, Wilson Witzel teve o impeachment aprovado e também teve os direitos políticos suspensos por cinco anos. O voto decisivo foi o do deputado Alexandre Freitas.

Alegando ter sido condenado por combater a corrupção, o ex-juiz passou a se empenhar em rever o quadro, tendo recursos para anular o impedimento negados pela Justiça. Em junho, se tornou réu por corrupção, peculato e fraude em licitações da Saúde.

A partir daí seu nome passou a estampar as manchetes por causa de outros assuntos, como o lançamento de um workshop de formação política. O curso foi divulgado com o objetivo de formas novas lideranças políticas, pensando em 2022.

Recentemente, ele esteve na CPI da Covid-19 no Senado e se envolveu em polêmica com o senador Flávio Bolsonaro.

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