Jornal da Band

20 anos do 11 de setembro: como atentados impactaram a Europa

Ataques terroristas atingiram o continente e até hoje países continuam em alerta

Felipe Kieling, do Jornal da Band

Os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos também tiveram impactos fora do país. Na Europa, ataques terroristas atingiram o continente e até hoje os países continuam em alerta.

Martine Whight viu sua vida mudar em 2005, um dia depois de Londres ser anunciada como sede das Olimpíadas de 2012. Ela saiu para comemorar o anúncio com os colegas de trabalho e acordou atrasada no dia seguinte. Ela conta que mudou a rota para chegar mais rápido e, no metrô, acabou no mesmo vagão que um terrorista. Ela perdeu as duas pernas.

Garri Holness também estava no mesmo trem e perdeu a perna esquerda na explosão. Ficou entre a vida e a morte e até hoje chora ao lembrar da tragédia. “A única coisa que eu pensava era sobreviver para ajudar a minha mãe que estava no hospital”, conta.

A mãe de Garri sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) em 2002 e estava internada, mas não resistiu e acabou morrendo uma semana depois dos atentados em Londres.

Os ataques aconteceram em quatro pontos da capital do Reino Unido e deixaram 52 mortos e 784 feridos. 

Em janeiro de 2015, um massacre na redação do Charlie Hebdo, um jornal satírico francês, deixou 12 pessoas mortas. A Al-Qaeda assumiu a responsabilidade. 

Com a caça americana também aos responsáveis pelo 11 de setembro, o grupo começou a perder força, mas a ideologia extremista ainda existia, e outra vertente radical do islã começou a aterrorizar a Europa: o Estado Islâmico.

No mesmo ano, em 13 de novembro, explosões foram registradas no Stade de France, em Paris. Tiros em bares, restaurantes e na casa de shows Bataclan. Um massacre que deixou 130 vítimas. 

Mudança de estratégia

Com isso, as autoridades reforçaram a segurança e comprar materiais para fabricar bombas caseiras tornou-se uma missão difícil. Apesar do esforço, os atentados continuaram, já que os terroristas mudaram de estratégia. Metralhadoras e bombas deram lugar a veículos e facas. 

Em 14 de julho de 2016, comemoração do Dia da Bastilha, Nice foi alvo de um atentado. Um terrorista lançou um caminhão contra uma multidão e matou 86 pessoas.

Em Londres, terroristas usaram veículos e facas para atacar as pessoas em duas pontes da cidade. 

Com essa modalidade de ataque cada vez mais frequente, um item acabou se tornando obrigatório perto de pontos turísticos em Londres e também em importantes vias: barreiras de concreto para proteger os pedestres.

Invasão do Oriente Médio

O terror produziu mais do que medo. Os europeus fizeram parte das forças de coalizão comandadas pelos Estados Unidos, que invadiram países do Oriente Médio acusados de patrocinar os ataques. O efeito colateral da intervenção foi uma crise de refugiados que fugiam das guerras.

Em 2015, mais de um milhão deles desembarcaram na Europa, a maioria sírios, iraquianos e afegãos.

O preconceito também aumentou e muçulmanos começaram a ser vistos como terroristas. “Definitivamente muçulmanos no exterior, especialmente na Europa, não se sentem confortáveis em usar o hijab [como um véu que cobre a cabeça e o pescoço, deixando o rosto livre]”, explica Aisha Abdelmaguid, coordenadora de uma ONG (Organização Não Governamental) contra a islamofobia.

No mundo, após 11 de setembro, a guerra contra o terrorismo é um trabalho diário e complexo, que provoca mudanças de comportamento e aumenta o sentimento de desconfiança da população.

Na Europa, os países tentam conviver com o problema, mas todos sabem que o risco de um novo atentado é iminente.