
A influenciadora Rafaeli Batista viralizou nas redes sociais após denunciar as agressões por parte do pai contra ela e a mãe nesta semana. A jovem de 25 anos relatou em vídeos e publicações nas redes sociais que após o ocorrido, não recebeu apoio da Delegacia de Defesa da Mulher da zona norte de São Paulo.
Para a Band, a jovem conta que decidiu compartilhar as agressões que sofreu devido à demora da Polícia Militar. Nos vídeos, ela mostra que mãe e filha foram agredidas com socos e ameaçadas com um espeto de churrasco. "Decidi falar e publicar em forma de desespero, temíamos pelo pior", conta. Apesar disso, Rafaeli conta que os policiais identificaram que se tratava de um caso de violência doméstica. “Eles estavam certos de que ele estava muito errado”, afirma.
Mas, ao chegar na Delegacia de Defesa da Mulher, Rafaeli diz que a história tomou outro rumo. “Foi total descaso, não recebemos atenção da parte superior, de imediato nem quiseram ver o vídeo eu que insisti e após elas verem, ficaram totalmente ao lado dele e até me disseram que eu poderia responder criminalmente pois os ferimentos dele ‘eram piores que os nossos’”, cita.
Em vídeo publicado no Twitter, Rafaeli conta que a delegada chegou a dormir e a escrivã duvidou do depoimento feito pela mãe e pela jovem. "Ela estava revirando o olho, dormindo, enquanto eu dava meu depoimento […] Um policial falou que a gente agrediu ele e a escrivã disse que ele estava machucado demais para quem teria agredido a gente", relembra.
Após a repercussão do caso nas redes sociais, Rafaeli e a mãe procuraram a 4ª DDM e, novamente, fizeram um depoimento. Segundo ela, este depoimento gerou um pedido de medida protetiva. “Na outra tentativa recebi apoio de dois delegados que revisaram os papéis e notaram todos os erros, eles nos ouviram e assistiram ao vídeo, de imediato reformularam a ocorrência e solicitaram a medida, agora aguardamos o juiz”, pontua.
Apesar disso, Rafaeli atribui às redes sociais o apoio para ter um segundo atendimento. “Infelizmente a delegacia da mulher ainda é muito machista, e talvez se não fosse pela força das redes sociais nada mudaria”, analisa.
Mesmo abaladas psicologicamente, mãe e filha estão bem. O pai da jovem não voltou para casa. Ela diz que a agressividade do pai era frequente. “Cresci vivendo esse terror, ele fez muitas outras coisas, já me sequestrou quando criança, já jogou gasolina na gente dormindo pra atear fogo, sempre foi horrível”, relembra.
Secretaria de Segurança Pública se pronuncia
Questionada pela Band, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirma que a Polícia Civil indica que Corregedoria “está à disposição da vítima para registrar a conduta dos agentes durante o atendimento prestado na unidade”. Segundo a SSP-SP, a equipe da DDM já instaurou um inquérito para apurar crimes de violência doméstica e lesões corporais.
“As partes envolvidas foram ouvidas e requisitados exames de corpo de delito para auxiliar no esclarecimento do fato”, indica a nota. Por fim, a SSP-SP destaca que todas as delegacias são aptas para registro de casos de violência contra a mulher.
“Elas contam com profissionais devidamente capacitados e orientados que seguem o Protocolo Único de Atendimento. Além disso, São Paulo conta com 140 Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs), além da DDM Online, que permite o registro destes crimes pela internet. Também foram instaladas 77 Salas DDMs 24 horas, que ficam anexas aos plantões policiais dos municípios, onde a vítima é atendida por uma equipe da DDM online por videoconferência", indica.