Olhar de Repórter

Bibliotecas de SP disponibilizam óculos especiais que ajudam deficientes a ler

Equipamento importando de Israel escaneia as páginas dos livros e transforma o que está escrito em áudio

Da redação

A Prefeitura de São Paulo se prepara para adquirir mais óculos que ajudam os deficientes visuais a ler. O equipamento importado de Israel escaneia a página e transforma o que está escrito em áudio. 

Esse é o mundo visto pelos olhos da atendente Fabiana Daniela de Souza. Ela enxerga tudo embaçado porque teve um câncer que lesionou o nervo ótico. Foi duro receber a notícia de que não iria mais enxergar. 

Fabiana trabalha em uma biblioteca em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo. E nas horas de folga, ela lê com a ajuda de óculos especiais. Esse dispositivo, que se encaixa na haste, tem uma câmera que escaneia a página e transforma tudo o que está escrito em áudio.

“Minha vida se transformou depois que consegui voltar a ler”, disse Fabiana.

A estudante Julia Maria Da Cunha e Silva, de 13 anos, enxerga só 5% do olho esquerdo. Antes, ela dependia da ajuda da mãe para ler, ou se esforçava com essa luneta, que amplia as letras. Mas agora ela está usando os óculos. E já aprendeu que se colocar o dedo na frente da página, o dispositivo começa a fazer a leitura. Se colocar a mão inteira, o aparelho para de ler. 

O dispositivo foi produzido em Israel e lê até 280 palavras por minuto. Também tem outras utilidades, como reconhecer cores e até pessoas. 

Cada peça custa R$ 14,9 mil. A cidade de São Paulo possui 57 aparelhos distribuídos em 56 bibliotecas municipais. Mas segundo a coordenadora geral do sistema municipal de bibliotecas, o município pretende adquirir novas peças. A ideia é que cada unidade tenha, pelo menos, cinco óculos. 

Raquel da Silva Oliveira, coordenadora geral do sistema municipal de bibliotecas diz que “a função da biblioteca é incluir todo mundo. É incluir.  Dar liberdade dar autonomia. E esse óculos ele casa com o nosso projeto. Ele dá liberdade, ele dá autonomia. Ele dá a possibilidade de as pessoas se sentirem cidadãs. E andarem dentro do equipamento como qualquer outra pessoa sem depender de ninguém”. 

Foi o que aconteceu com o aposentado Padro de Souza Lima. Ele entrou em depressão quando teve descolamento de retina e perdeu quase toda a visão. A vida só melhorou depois que ele passou a frequentar essa biblioteca no centro da cidade e usar os óculos especiais para conhecer Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade e vários outros autores. 

Veja a íntegra do programa Olhar de Repórter deste sábado (30):

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