Rio de Janeiro

Caso Marielle: Brazão tentou encontrar Giniton Lages antes de ação da PF

Delegado também foi alvo de mandado de busca e apreensão no dia 24 de março, suspeito de desviar deliberadamente o curso das investigações

Por João Boueri

Caso Marielle: Brazão tentou encontrar Giniton Lages antes de ação da PF
Reprodução

O ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão tentou se encontrar dois dias antes de ação da Polícia Federal com o delegado Giniton Lages. A operação ocorreu no âmbito das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco.

O delegado também foi alvo de mandado de busca e apreensão no dia 24 de março, suspeito de desviar deliberadamente o curso das investigações.

A informação consta em um novo relatório da Polícia Federal enviado ao Supremo Tribunal Federal. À PF, o delegado Giniton disse que foi procurado por um outro delegado dois dias antes da operação que prendeu os irmãos Brazão e o ex-chefe de Polícia Civil, Rivaldo Barbosa.

Segundo Giniton, a pessoa que o procurou teria dito que ele Domingos precisava falar com o delegado com urgência. No entanto, Lages disse à PF que não atendeu ao pedido.

Em março de 2018, menos de doze horas depois da morte de Marielle, o então chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, nomeou o delegado Giniton Lages, pessoa de extrema confiança dele, para o cargo de delegado titular da Delegacia de Homicídios da capital e, consequentemente, responsável pela apuração do crime.

Segundo as investigações, Giniton foi responsável pela garantia de impunidade. Inicialmente essa garantia se estendeu, inclusive, aos executores do crime, segundo o próprio Ronnie Lessa, que relatou os detalhes de uma última reunião com os irmãos Brazão, acusados de serem os mandantes do assassinato.

Além de ter sido afastado das funções públicas, Giniton Lages é monitorado por tornozeleira eletrônica por decisão do Supremo Tribunal Federal.

A reportagem tenta contato com as defesas dos citados.

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