No ambiente de união suprapartidária, que envolve Brasília, diante da necessidade de apoio ao Rio Grande do Sul, os cofres federais, via decreto legislativo, começam a se abrir, livres das regras fiscais, como aconteceu no tempo da covid-19. Nos próximos dias, a expectativa é de liberação de R$ 1 bilhão.
Emendas parlamentares, enviadas diretamente para a região, devem garantir cerca de meio bilhão. Na área do agro, logo chegarão financiamentos para ajudar a enfrentar o impacto das enchentes. Tudo isso mostra o empenho no apoio ao Sul, acima de divisões políticas, fundamental diante da operação de pós-guerra que se anuncia. As contas ainda estão sendo feitas, mas os números serão enormes.
No ano passado, só como referência, o governo brasileiro gastou R$ 30 bilhões com desastres naturais, de um total de R$ 105 bilhões. O resto do prejuízo, incluindo o das secas, ficou na conta do setor privado. E aqui nada lembra, nem de longe, a tragédia de agora, que está unindo o país num luto coletivo.
A união do país é fundamental, assim como a solidariedade, diante desse sofrimento, agora, e do desafio da reconstrução pela frente. Um fator grave que se liga a esses fatos. Tudo isso é mais uma lição. É que atuar, vigorosamente, na prevenção de catástrofes naturais nunca foi, com alguma exceção, o forte dos nossos governos.