Mitre: união do país mostra empenho no apoio ao Sul, acima de divisões políticas

Fernando Mitre analisa união do Brasil em torno da reconstrução do Rio Grande do Sul após tragédia

Fernando Mitre

Começou a carreira em Minas Gerais, onde passou por vários jornais, como “Correio de Minas” e “Diário de Minas”. Em São Paulo, integrou a equipe que criou o Jornal da Tarde, de o “Estado de S Paulo”. Dez anos depois, virou diretor de redação, posto que ocupou mais tarde, em duas outras oportunidades. Depois, assumiu a direção nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes, cargo que ocupa até hoje. Nesse período, produziu mais de 30 debates eleitorais, entre eles o primeiro presidencial da história do país na TV, em 89. É comentarista político no Jornal da Noite e entrevistador do programa político Canal Livre. Entre os diversos prêmios que recebeu, estão o Grande Prêmio da APCA, o Grande Prêmio do Clube de Criação de SP e três prêmios Comunique-se de “melhor diretor do ano”, valendo o título de “Mestre em Jornalismo”.

No ambiente de união suprapartidária, que envolve Brasília, diante da necessidade de apoio ao Rio Grande do Sul, os cofres federais, via decreto legislativo, começam a se abrir, livres das regras fiscais, como aconteceu no tempo da covid-19. Nos próximos dias, a expectativa é de liberação de R$ 1 bilhão.

Emendas parlamentares, enviadas diretamente para a região, devem garantir cerca de meio bilhão. Na área do agro, logo chegarão financiamentos para ajudar a enfrentar o impacto das enchentes. Tudo isso mostra o empenho no apoio ao Sul, acima de divisões políticas, fundamental diante da operação de pós-guerra que se anuncia. As contas ainda estão sendo feitas, mas os números serão enormes. 

No ano passado, só como referência, o governo brasileiro gastou R$ 30 bilhões com desastres naturais, de um total de R$ 105 bilhões. O resto do prejuízo, incluindo o das secas, ficou na conta do setor privado. E aqui nada lembra, nem de longe, a tragédia de agora, que está unindo o país num luto coletivo.

A união do país é fundamental, assim como a solidariedade, diante desse sofrimento, agora, e do desafio da reconstrução pela frente. Um fator grave que se liga a esses fatos. Tudo isso é mais uma lição. É que atuar, vigorosamente, na prevenção de catástrofes naturais nunca foi, com alguma exceção, o forte dos nossos governos.